sábado, 23 de agosto de 2008

A Chave do Céu

Ano A - XXI Domingo Comum


Tanto a primeira leitura como o Evangelho de hoje falam-nos de CHAVES.
Na primeira leitura Isaías põe na boca de Deus a ordem ao administrador do palácio:
- Porei aos seus ombros a chave da casa de David: há-de abrir, sem que ninguém possa fechar; há-de fechar, sem que ninguém possa abrir.
É uma chave pesada e que se põe aos ombros, isto é, cheia de responsabilidade.

No Evangelho Jesus promete a Pedro:
- Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo o desligares na terra será desligado nos Céus.
É uma chave dupla: para abrir e para fechar, mas também porque uma fica na terra e outra no céu, apesar de terem a mesma faculdade.
História
Um dia uma santa Irmã, depois de passar toda a sua vida de consagração a trabalhar na rouparia do convento, caiu de cama pois a velhice e as forças já não a deixavam trabalhar mais.
Pressentindo que se aproximava a hora partir para os céus, pediu com insistência:
- Tragam-me, por favor, a chave do Céu.
Foram logo providenciar a cruz da sua profissão religiosa. Recebeu-a, beijou-a mas voltou a pedir:
- Tragam a chave do Céu.
Levaram-lhe então a Bíblia e a Regra de vida da Congregação. Ela abriu os livros, beijou-os e devolvendo-os fez o mesmo pedido.
Então foram ao Sacrário, trouxeram solenemente a Eucaristia. A santa Irmã comungou devotamente e depois volta a pedir:
- Agora, só me falta a chave do Céu. Tragam-me essa chave.
Não sabendo mais que fazer, pediram ao Capelão que viesse dar a santa unção à moribunda. Assim aconteceu. Reconfortada por estes sacramentos, com novas forças pediu:
- Tragam-me por fim a minha chave do Céu.
A Madre Superiora pediu esclarecimento:
- Mas que chave é essa que a Irmã quer com tanto insistência?
- A minha chave do Céu, a minha agulha de costureira…
Entregaram-lhe surpresas a agulha, areada de tanto uso, e a santa Irmã adormeceu feliz no Senhor…
Ela que toda a vida se tinha santificado na rouparia, num trabalho simples e humilde, sabia que a agulha era a chave dessa dedicação. Tudo o resto tinha a sua importância, mas a sua agulha, o seu trabalho, o seu serviço foi o motor da sua vida de santidade.

A exemplo do Administrador da Primeira Leitura e de Pedro no Evangelho de hoje, a todos nós foi dado também uma chave. Será ela a nossa chave do Céu.
Cada um tem um serviço, um trabalho, um carisma, um jeito próprio para se santificar e ter acesso assim ao Reino dos Céus.
Identifiquemos então na nossa vida a chave do Céu que Deus nos entregou. Sem ela não entraremos na Morada Santa.

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