Memória de Santa Isabel de Portugal
Filha dos reis de Aragão, nasceu em 1271. Ainda muito
jovem foi dada em casamento ao rei de Portugal, D. Dinis e teve dois filhos. Dedicou-se
de modo singular à oração e às obras de misericórdia. Depois da morte do
marido, distribuiu os seus bens pelos pobres e tomou o hábito da Ordem Terceira
de São Francisco. Morreu em 1336, quando mediava o acordo de paz entre seu
filho e seu genro.
Foi canonizada há precisamente 400 anos pelo papa
Urbano VIII (a 25 de maio de 1625).
Iconograficamente identificada pelas rosas no regaço, é conhecida
por vários nomes:
- Rainha Santa
- Rainha Santa Isabel
- Santa Isabel de Portugal
- Isabel de Aragão
A vida de Santa Isabel ensina-nos que as pessoas não
são santas por causa das obras que fazem, mas fazem boas obras por serem Santas. Ou seja, não são santas por que fazem atos heroicos, mas fazem atos heroicos por que são santas.
Poesia de João de Lemos (1819 – 1890) in 'Antologia
Poética'
As Rosas de Santa Isabel
Onde ides, correndo asinha,
Onde ides, bela Rainha,
Onde ides, correndo assim?
Porque andais fora dos Paços?
Que peso levais nos braços?
Oh! Dizei-mo agora a mim?...
A Santa, regalos novos,
Frutas, pão, e carne, e ovos,
No regaço e braços seus,
Sem cuidar ser surpreendida,
Ia levar farta vida
Aos pobrezinhos de Deus.
Coram-lhe as faces formosas,
E responde - "Levo rosas..."
Dom Dinis deitou-lhe a mão,
Ao regaço, de repente;
Mas de rubra cor vivente
Só rosas lá viu então!...
Como o tempo era passado,
Nos jardins, no monte e prado,
De rosas e toda a flor,
El-rei, cheio de piedade,
Nas rosas da caridade
Viu a bênção do Senhor!
E daquele rosal dela
Tirando uma rosa bela,
Que guardou no peito seu,
Disse-lhe: "Em paz ide agora,
Que eu me encomendo, Senhora,
À Santa, ao Anjo do Céu."
Ver também:
1 comentário:
Quando narrava o milagre das rosas da Rainha santa Isabel, fui questionado por um ouvinte atento.
- Senhor Padre, as santas podem mentir?
- Poder, podem, mas devem evitar sempre, tal como cada um de nós deve evitar...
- É que Santa Isabel mentiu ao marido, dizendo que levava rosas no regaço quando ela bem sabia que eram alimentos para os pobres.
- E ela não disse a verdade? De facto, o marido só viu rosas e não esmolas... Ela não mentiu, ou melhor, não chegou a mentir.
Já agora, fico a pensar... Depois de transformar as esmolas em rosas, quando o rei se retirou, com certeza que a santa transformou-as de novo em esmolas, em alimentos para os pobres. De facto, quem transforma esmolas em rosas, será capaz de transformar com facilidade rosas em esmola.
Quem me dera que todos aprendêssemos a fazer isso para servir os mais necessitados...
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