sábado, 3 de maio de 2025

Terço (75)


OS MISTÉRIOS DA ESPERANÇA

DO TERÇO DO ROSÁRIO

 

No Jubileu 2025 – Peregrinos de Esperança – rezemos o terço do Rosário meditando nos Mistérios da Esperança ou Mistérios Esperançosos. Esta proposta surgiu na diocese de Pensacola-Takkahassee, Estados Estudos da América. Aos mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos São João Paulo II propôs juntar os mistérios luminosos. Neste ano jubilar podemos seguir os Mistérios da Esperança com estas ou outras meditações sobre cada mistério.

 

1º Mistério – A Criação

No princípio, Deus criou um mundo que era "muito bom" (Gn 1:31). A criação é a promessa original de comunhão entre Deus e a humanidade, a humanidade e a Terra. De uma perspetiva cristã, este ato de amor divino encontra a sua realização em Cristo, "por meio de quem todas as coisas foram feitas" (Jo 1:3). Maria, como a Nova Eva, encarna a harmonia perdida no Éden e restaurada no seu "sim" a Deus. A esperança começa aqui, na bondade da existência e na promessa de que Deus nunca abandona a Sua criação.


2º Mistério – O Grande Dilúvio

O dilúvio (Gn 6-9) é tanto julgamento quanto misericórdia. No meio da destruição, a arca de Noé torna-se um vaso de esperança, uma prefiguração do batismo (1 Pd 3:20-21), por meio do qual a humanidade recebe um novo começo. Maria tem sido frequentemente comparada a uma arca — ela carrega a nova aliança, o próprio Cristo, oferecendo ao mundo um novo horizonte de esperança, paz e reconciliação.


3º Mistério – O Sacrifício de Abraão

Quando Abraão se preparou para oferecer Isaque (Gn 22), tornou-se um sinal de confiança radical na promessa de Deus. Este evento prenuncia o sacrifício de Cristo, o Filho amado, oferecido pela vida do mundo. O Catecismo chama esta fé de “início da Nova Aliança” (CIC 2571). A fé de Maria ecoa a de Abraão, pois ela também consentiu num mistério que não conseguia compreender plenamente, mantendo-se firme na esperança de que “nada é impossível para Deus” (Lc 1:37).


4º Mistério – O Êxodo.

A libertação de Israel do Egito (Ex 12-14) é o acontecimento central da salvação da Escritura Hebraica, uma narrativa de libertação da escravidão para a liberdade. Para os cristãos, antecipa o Mistério Pascal de Cristo, libertando a humanidade do pecado e da morte. O cântico de Maria, o Magnificat (Lc 1:46-55), ecoa a alegria do cântico de Miriã no Mar Vermelho. Ela canta um Deus que "exalta os humildes", tornando-a testemunha dessa promessa duradoura de esperança.

 

5º Mistério – A Imaculada Conceição

A conceção sem pecado de Maria (definida em 1854, mas profundamente enraizada na tradição cristã primitiva) é um sinal do que a graça pode fazer. Ela é o "princípio da nova criação" (CIC 490), intocada pela rutura do pecado para que pudesse acolher livremente o Salvador. A sua pureza não é um distanciamento da humanidade, mas um antegozo da sua cura. A própria existência de Maria anuncia esperança: o que Deus inicia nela, Ele sonhou e destinou para todos.

 

Oração final:

Ó Deus, cujo Filho Unigénito, por sua vida, morte e ressurreição, nos obteve o prémio da salvação eterna, concedei-nos, nós Vo-lo-pedimos, que, meditando estes mistérios do Sacratíssimo Rosário da Bem-aventurada Virgem Maria, imitemos o que contêm e consigamos o que prometem.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Ámen.

 

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