OS MISTÉRIOS DA
ESPERANÇA
DO TERÇO DO ROSÁRIO
No Jubileu 2025 – Peregrinos
de Esperança – rezemos o terço do Rosário meditando nos Mistérios da Esperança
ou Mistérios Esperançosos. Esta proposta surgiu na diocese de Pensacola-Takkahassee,
Estados Estudos da América. Aos mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos São João
Paulo II propôs juntar os mistérios luminosos. Neste ano jubilar podemos seguir
os Mistérios da Esperança com estas ou outras meditações sobre cada mistério.
1º Mistério – A Criação
No princípio, Deus
criou um mundo que era "muito bom" (Gn 1:31). A criação é a promessa
original de comunhão entre Deus e a humanidade, a humanidade e a Terra. De uma
perspetiva cristã, este ato de amor divino encontra a sua realização em Cristo,
"por meio de quem todas as coisas foram feitas" (Jo 1:3). Maria, como
a Nova Eva, encarna a harmonia perdida no Éden e restaurada no seu
"sim" a Deus. A esperança começa aqui, na bondade da existência e na
promessa de que Deus nunca abandona a Sua criação.
2º Mistério – O Grande Dilúvio
O dilúvio (Gn 6-9) é tanto julgamento quanto misericórdia. No meio da destruição, a arca de Noé torna-se um vaso de esperança, uma prefiguração do batismo (1 Pd 3:20-21), por meio do qual a humanidade recebe um novo começo. Maria tem sido frequentemente comparada a uma arca — ela carrega a nova aliança, o próprio Cristo, oferecendo ao mundo um novo horizonte de esperança, paz e reconciliação.
3º Mistério – O
Sacrifício de Abraão
Quando Abraão se preparou para oferecer Isaque (Gn 22), tornou-se um sinal de confiança radical na promessa de Deus. Este evento prenuncia o sacrifício de Cristo, o Filho amado, oferecido pela vida do mundo. O Catecismo chama esta fé de “início da Nova Aliança” (CIC 2571). A fé de Maria ecoa a de Abraão, pois ela também consentiu num mistério que não conseguia compreender plenamente, mantendo-se firme na esperança de que “nada é impossível para Deus” (Lc 1:37).
4º Mistério – O
Êxodo.
A libertação de
Israel do Egito (Ex 12-14) é o acontecimento central da salvação da Escritura Hebraica,
uma narrativa de libertação da escravidão para a liberdade. Para os cristãos,
antecipa o Mistério Pascal de Cristo, libertando a humanidade do pecado e da
morte. O cântico de Maria, o Magnificat (Lc 1:46-55), ecoa a alegria do cântico
de Miriã no Mar Vermelho. Ela canta um Deus que "exalta os humildes",
tornando-a testemunha dessa promessa duradoura de esperança.
5º Mistério – A
Imaculada Conceição
A conceção sem
pecado de Maria (definida em 1854, mas profundamente enraizada na tradição
cristã primitiva) é um sinal do que a graça pode fazer. Ela é o "princípio
da nova criação" (CIC 490), intocada pela rutura do pecado para que
pudesse acolher livremente o Salvador. A sua pureza não é um distanciamento da
humanidade, mas um antegozo da sua cura. A própria existência de Maria anuncia
esperança: o que Deus inicia nela, Ele sonhou e destinou para todos.
Oração final:
Ó Deus, cujo Filho
Unigénito, por sua vida, morte e ressurreição, nos obteve o prémio da salvação
eterna, concedei-nos, nós Vo-lo-pedimos, que, meditando estes mistérios do
Sacratíssimo Rosário da Bem-aventurada Virgem Maria, imitemos o que contêm e
consigamos o que prometem.
Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito
Santo, por todos os séculos dos séculos.
Ámen.
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