Ludwig
van Beethoven nasceu a 17 dezembro de 1770 (há 250 anos)
O Hino Europeu, adotado pelo Conselho da Europa em 1972, é um extrato do prelúdio do “Hino à Alegria” da 9ª Sinfonia de Beethoven concluída em 1824. O hino europeu, que não tem letra, utiliza a linguagem universal da música para exaltar os ideais da liberdade, paz, solidariedade e alegria. Este hino não se destina a substituir os hinos nacionais dos países da União Europeia, mas antes a celebrar os valores que estes partilham.
Na 9ª sinfonia a letra do
Hino da Alegria é o poema de Friedrich Schiller escrito em 1785 com o título
Ode à Alegria:
“Da
alegria bebem todos os seres
No
seio da natureza.
Todos
os bons, todos os maus,
Seguem
o seu rasto de rosas.
Dá
força para viver os mais humildes
E
ao querubim que se ergue perante Deus.”
Outras
curiosidades de Beethoven:
1
– Quando criou a 9ª Sinfonia, entre 1822 e 1824, Beethoven já estava surdo, mas
foi ele quem dirigiu a orquestra na sua estreia, a 7 de maio de 1824, quando
tinha 53 anos.
2
– O suicídio foi um pensamento recorrente em Beethoven. O que o fez resistir a
essa tentação foi a arte, conforme o mesmo confessava: “Foi a arte, e apenas
ela, que me deteve. Parecia-me impossível deixar o mundo antes de ter dado tudo
o que ainda germinava em mim…”
Não
conseguiu vencer à doença morrendo, completamente surdo, a 26 de março de 1827.
3
– Desde jovem apresentava-se mal, desalinhado e descuidado. E dizia: Quando eu
for um génio ninguém reparará na minha falta de cuidado.
4
– Aos 17 anos Beethoven encontrou-se com Mozart que tinha 31 anos. Mozart pediu
ao jovem que tocasse algo no piano, mas não se fixou muito porque pensou que
como qualquer outro candidato, vinha com uma improvisação bem preparada e
aprendida de memória. Então Beethoven pediu-lhe que lhe desse algum tema para
improvisar ali mesmo. Começou então a sua improvisação e Mozart ficou deveras
surpreendido, mas nunca mais voltaram a encontrar-se.
5
– Beethoven nunca teve muito dinheiro. Uma vez em que não tinha como pagar o
aluguer da casa, fechou-se no quarto, escreveu à pressa um tema com variações e
deu a um amigo para que o vendesse e trouxesse o dinheiro para pagar a renda.
Em vez de vender o amigo deu ao caseiro que no princípio não queria, mas depois
aceitou. No dia seguinte mandou dizer ao compositor que podia pagar cada mês
com papéis como aqueles. Para evitar queixas, Beethoven mudava constantemente
de casa em Viena, sempre acarretando todos os seus móveis e três pianos. Foi
então para Heiligenstat e ali manteve-se por bastante tempo. Estava perto da
igreja e foi ali que tomou consciência de que cada vez ouvia menos o repicar
dos sinos da torre da igreja. Estava a ficar surdo.
6
– O que mais incomodava a Beethoven não era ser surdo, isto é, não ouvir nada
do exterior, mas sim o barulho infernal que ouvia dentro da sua cabeça.
7
– Sempre teve problemas com as empregadas e não foram apenas por questões
culinárias. Quando estava a compor a Missa Solene e tinha terminado já o Kyrie,
quis corrigir algumas passagens como sempre costumava fazer, mas não encontrava
a partitura em nenhum sítio. Estava desesperado pensando que tinha perdido a
música, quando a encontrou, por acaso, na cozinha, envolvendo cuidadosamente metade
de um queijo. Ainda faltavam outros papéis. Estavam a forrar as estantes do
armário. Conclusão: cozinheira despedida.
8
– O pescado que comia vinha do rio que estava contaminado com o chumbo que as
fábricas para lá despejavam. Uma análise recente de um cabelo de Beethoven
confirmou que ele foi pouco a pouco envenenado pelo chumbo que por fim o matou.
Pagou bem caro pelo seu prato preferido. E assim, por causa do chumbo perdemos
uma décima sinfonia.
9
– Na Madeira nós dizemos ter a fruta preferida de Beethoven. Sabem qual é? É
anona, à qual ele até compôs uma sinfonia – Anona sinfonia de Beethoven.
10
– Sabem porque é que Deus permitiu que Beethoven ficasse surdo, Homero nascesse
cego e Moisés fosse gago? Foi para nos ensinar como vencer obstáculos.
Para
recordar:
A discussão sobre a despenalização
do aborto, ou, por palavras mais disfarçadas, da interrupção voluntária da
gravidez reacendeu-se. E por ironia do destino nestas vésperas do Natal, quando
todos entoam unânimes loas à vida e ao amor gratuito. A este propósito não
consigo esquecer uma aula de moral na faculdade de teologia. O professor, para
provocar a discussão académica, propôs-nos a seguinte catividade: “Que conselho
darias? Baseado nas circunstâncias abaixo enumeradas, que aconselharias a uma
mãe, grávida do quinto filho? O seu marido sofre de sífilis e ela de
tuberculose. O Primeiro filho deste casal nasceu cego, o segundo morreu logo ao
nascer. O terceiro filho é surdo de nascença e o quarto é tuberculoso. Grávida
pela quinta vez, a senhora está a pensar seriamente em abortar. Que solução
sugeres? Sim ou não a esta interrupção da gravidez.”
Toda a turma começava a tomar posição e a procurar
argumentos. Alguns mostravam-se reservados, dizendo não concordar com o aborto,
mas neste caso não havia solução. Outros achavam que era um gesto de caridade
privar o bebé de uma vida que se adivinhava deficiente. Havia quem realçava a
falta de condições dos pais para pôr uma nova criança no mundo, não podendo
assegurar-lhe um futuro digno. Por fim o professor propôs uma votação:
- Quem é a favor do aborto neste caso, que levante o
braço.
A maior parte dos presentes pronunciou-se
afirmativamente. Então o professor, com um ar grave, concluiu:
- Os que disseram sim à ideia do
aborto, saibam que acabaram de matar o grande compositor Ludwig van Beethoven.
Disseram adeus a um génio, silenciaram as suas sinfonias, calaram a ode da
alegria...
Um silêncio ressentido permaneceu
por breves momentos naquela aula.
Grandes projetos, excelentes
ideias, obras geniais são às vezes abortados quando as pessoas envolvidas se
veem diante de situações difíceis. Tudo leva tempo e exige perseverança,
tenacidade, entusiasmo e muita fé.
Que o mistério do Natal seja a
nossa resposta à questão do aborto: ninguém se deixe levar pelas
circunstâncias. É preciso crer na vida!
(Este
texto foi publicado por David Quintal no semanário Areópago, a 20 de dezembro
de 2003 no Funchal, na sua coluna semanal intitulada Sem Títulos)
Para cantar:
Canção
da alegria - Música da 9ª sinfonia de Beethoven
Escuta,
irmão, esta canção de alegria
o
canto alegre de quem espera um novo dia
Vem, canta, sonha cantando,
vive sonhando um novo sol,
em que os homens voltarão
a ser irmãos.
Se
em teu caminho só existe tristeza
O
canto amargo duma solidão completa.
Com
Cristo cada um de nós terá valor
Para
difundir em cada irmão o amor.
Tanta
alegria, em nossos corações em festa
É
chama que ao mundo a verdade manifesta.
Serás
no mundo mensageiro de amor
Levando
aos homens o Evangelho do Senhor.
Se
tens de Deus a paz, que enche o coração
hás-de
levá-la a cada homem, teu irmão.
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