quarta-feira, 10 de junho de 2020

Rezando com os poetas

Memória – Santo Anjo da Guarda de Portugal

 

Faz hoje 440 anos que faleceu em Lisboa, no esquecimento e na miséria, durante a ocupação filipina, Luís Vaz de Camões, com 56 anos de idade (1524-1580).

É o maior poeta dos portugueses

E o mais português dos poetas.

 

Neste dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas podemos rezar com os poetas.

Na Liturgia das Horas (ou Breviário) rezamos um hino de autoria de Camões. Faz parte da liturgia de Nossa Senhora das Dores a 15 de setembro e foi retirado da Elegia X:

 

Tu, Virgem pura, santa, Avé Maria,

Cheia de graça, Esposa, Filha e Madre,

Mais formosa que o sol ao meio dia,

 

Que vás buscando ao Esposo, Filho e Padre,

Qual cordeira perdida da manada,

Sem guarda de pastor nem cão que ladre;

 

Vai, Rainha dos Anjos mui amada,

E preciosa pedra adamantina,

De perfeições e graças esmaltada;

 

Vai, estrela do mar; vai, luz divina,

Escolhida do Céu; vai, cordeirinha,

Branca açucena e roa matutina;

 

Vai, caminho da glória, vai, pombinha

Branca sem fel; bendita entre as mulheres;

Vai, Mãe da Lei da graça, vai asinha;

 

Vai ao monte Calvário, se ver queres

Ao teu precioso Filho antes de morto,

Desconsolada vai; vai, não esperes!

 

Ao qual acharás bem sem conforto,

Posto na Cruz, por partes mil chagado,

Por nos dar sossegado e manso porto.























Com outro poeta também rezamos hoje. É de Gil Vicente (1465-1536) o hino do Ofício de Leitura da memória de hoje. A Liturgia das Horas em Português tem 7 hinos deste poeta e dramaturgo.

 

Anjo que sois da minha guarda,

Olhai por minha fraqueza

Terreal!

De toda a parte haja resguarda,

Que não arda

A minha preciosa riqueza

Principal.

 

Cercai-me sempre ao redor,

Porque vou mui temerosa

Da contenda,

Ó precioso defensor,

Meu favor!

Vossa espada luminosa

Me defenda.

 

Ver também:

A nossa guarda

Anjo da Guarda

No dia de Camões

 


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