3ª Feira - XXXIII Semana comum
ZAQUEU & JESUS OU JESUS & ZAQUEU
Subir
para ver
Quando o coração é pequeno e humilde, é
preciso agir como Zaqueu, que não era grande e subiu a uma árvore para ver
Deus.
Devemos fazer assim quando somos baixos,
quando temos o coração pequeno e pouca caridade: é preciso subir à árvore da
mui santa cruz e de lá veremos e tocaremos Deus.
Com efeito, quando a alma se eleva deste
modo, vê as benfeitorias da bondade e do poder do Pai, vê a clemência e a
abundância do Espírito Santo, esse amor inexprimível que prega Jesus ao madeiro
da cruz.
Nem os pregos nem cordas podiam prendê-Lo
ali: somente a caridade.
Subi a essa santa árvore onde se encontram os
frutos maduros de todas as virtudes que o corpo do Filho de Deus nos traz.
(Santa Catarina de Sena, Carta 119)
Sobe tu
também à árvore do perdão
Jesus no seu caminho rumo a Jerusalém entra
em Jericó. Esta é a última etapa de uma viagem que resume em si o sentido de
toda a vida de Jesus, dedicada à procura e à salvação das ovelhas perdidas da
casa de Israel. Mas quanto mais o caminho se aproxima da meta, tanto mais se
vai estreitando ao redor de Jesus um círculo de hostilidades.
E no entanto, em Jericó tem lugar um dos
acontecimentos mais jubilosos narrados por são Lucas: a conversão de Zaqueu.
Esse homem é uma ovelha perdida, é desprezado, é um excomungado porque é um
publicano; aliás, é o chefe dos publicanos da cidade, amigo dos odiados
ocupantes romanos, é um ladrão e um explorador.
Impedido de se aproximar de Jesus,
provavelmente por causa da sua má fama, e dado que era pequeno de estatura,
Zaqueu sobe a uma árvore para poder ver o Mestre que passa. Este gesto
exterior, um pouco ridículo, exprime contudo a atitude interior do homem que
procura elevar-se acima da multidão para entrar em contacto com Jesus. O
próprio Zaqueu não conhece o sentido profundo deste seu gesto, não sabe por que
o faz, mas fá-lo; nem sequer ousa esperar que possa ser superada a distância
que o separa do Senhor; resigna-se a vê-lo só de passagem. Mas quando chega
perto daquela árvore, Jesus chama-o pelo nome: Zaqueu, desce depressa, porque
hoje tenho que ficar em tua casa. Aquele homem pequeno de estatura, rejeitado
por todos e distante de Jesus, vive como que perdido no anonimato; mas Jesus
chama-o, e aquele nome, Zaqueu, na língua daquela época tem um significado
bonito, cheio de alusões: com efeito, Zaqueu quer dizer Deus recorda.
E Jesus vai à casa de Zaqueu, suscitando as
críticas de todos os habitantes de Jericó (porque também naquele tempo as
pessoas bisbilhotavam muito!), que diziam: — Mas como? Com todas as pessoas
boas que vivem na cidade, Ele vai ter precisamente com aquele publicano? Sim,
porque ele estava perdido; e Jesus diz: Hoje entrou a salvação nesta casa,
porquanto também este é filho de Abraão. A partir daquele dia, na casa de
Zaqueu entrou a alegria, entrou a paz, entrou a salvação, entrou Jesus.
Não há profissão nem condição social, não
existe pecado nem crime de qualquer tipo que possa eliminar da memória e do
coração de Deus um só dos seus filhos. Deus recorda sempre, não se esquece de
nenhum daqueles que Ele criou; Ele é Pai, sempre à espera vigilante e amorosa
de ver renascer no coração do filho o desejo de voltar para casa.
Olhemos para Zaqueu hoje, na árvore: o seu
gesto é ridículo, mas é uma atitude de salvação. E eu digo-te: se tiveres um
peso na consciência, se sentires vergonha de tantas coisas que cometeste, pára
um pouco, não te assustes. Pensa que alguém te espera, porque nunca deixou de
se recordar de ti; e este alguém é o teu Pai, é Deus que te espera! A exemplo
de Zaqueu, também tu sobe à árvore do desejo de ser perdoado; garanto-te que
não ficarás dececionado. Jesus é misericordioso e nunca se cansa de perdoar!
Recordai-vos bem disto, Jesus é assim.
Irmãos e irmãs, deixemos também nós que Jesus
nos chame pelo nome! No fundo do nosso coração, ouçamos a sua voz que nos diz: Hoje
tenho que ficar em tua casa, ou seja, no teu coração, na tua vida. E
acolhamo-lo com alegria: Ele pode mudar-nos, pode transformar o nosso coração
de pedra em coração de carne, pode libertar-nos do egoísmo e fazer da nossa
vida uma dádiva de amor. Jesus pode fazê-lo; deixa-te olhar por Jesus!
(Papa
Francisco, Angelus de 3/11/2013)
Jesus
& Zaqueu
Jequeu
& Zasus
Zaqueu não conhecia Jesus,
mas Jesus conhecia Zaqueu.
Zaqueu pensava que não era conhecido,
mas Jesus conhecia o que o Zaqueu pensava.
Zaqueu queria ver no anonimato,
mas Jesus chamou pelo seu nome.
Zaqueu quis esconder-se numa árvore,
mas Jesus quis ficar na sua casa.
Zaqueu olhou para Jesus de cima para baixo,
mas Jesus olhou para Zaqueu de baixo para
cima.
Zaqueu achou Jesus mais pequeno do que era,
mas Jesus considerou Zaqueu maior do que aparentava.
Zaqueu procurava e foi encontrado,
mas Jesus encontrou quem procurava.
Zaqueu queria ver e foi visto,
mas Jesus foi visto e viu o que queria.
Zaqueu queria ver de passagem,
mas Jesus queria ficar.
Zaqueu subiu para descer,
mas Jesus aproximou-se para entrar e
sentar-se à mesa.
Sem comentários:
Enviar um comentário