quinta-feira, 13 de junho de 2013

A Língua de Santo António

Festa de Santo António

Num antigo manuscrito do séc. XIII, encontra-se uma oração, atribuída a Santo António, que ele costumava rezar antes de começar a pregar:

 “Senhor, faz que a minha língua se solte como flecha

para anunciar as tuas maravilhas.”

Num sermão, Santo António parece explicar esta oração deste assim: cada pregador tem nas mãos um arco, isto é, a Sagrada Escritura, por meio da qual solta uma flecha, quer dizer, o sentido da Palavra de Deus, de forma que penetre no coração do ouvinte, para que se converta ao Senhor e a uma vida sóbria e honesta (cfr: II Domingo depois da Páscoa, 9). Isto acontece – afirma o santo – porque a flecha tem na extremidade posterior uma pluma, que serve para dar a direção certa. Esta pluma é o amor do Senhor que, unido ao amor do pregador que atira a flecha, permite à Palavra do Senhor alcançar o coração do crente.
Com esta oração, Santo António pede a Deus que possa utilizar a própria língua para lançar “palavras de amor” que proclamem “as maravilhas do Senhor”. Na verdade, sabemos que basta uma palavra de amor para despertar o amor; e uma só palavra boa pode tornar boa toda a existência do crente.

Por isso, São Boaventura, na altura da transladação do corpo de Santo António, ao encontrar a sua língua incorrupta, exclamou: «Ó língua bendita, que sempre louvaste o Senhor e o fizeste louvar aos outros, agora aparece claramente quão grande foi o teu mérito junto do Senhor!»

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