Memória litúrgica de São
Lourenço de Brindes
Presbítero Capuchinho, Doutor da Igreja
Nasceu em Brindes, Itália, a 21 de julho de 1559 e recebeu o nome de Júlio César Russi.
Órfão de pai bastante
novo, entrou na Ordem Franciscana e professou como Frade Capuchinho e mudou o nome para Lourenço.
Ordenado sacerdote,
foi professor de teologia, superior provincial e geral da sua ordem.
Morreu a 21 de julho
de 1619, no dia em que completava 60 anos, em Lisboa, onde tinha vindo como embaixador
da paz para se encontrar com o rei Filipe III a pedido do Papa de então.
Em 1959 foi justamente
declarado Doutor da Igreja por São João XXIII, com o título de Doutor
Apostólico.
Fez jus ao seu nome Lourenço – vencedor ou coroado de
louros.
Realçamos os três louros que formam a sua coroa:
1º - O louro da oração – É o centro da vida cristã.
Para ficar perto de Deus ele nunca ficou longe dos homens, nem para ficar perto
dos homens nunca ficou longe de Deus. Foi um homem de oração e de proximidade a
Deus e aos homens.
2º - O louro da Paz – Foi escolhido pelo Papa como
embaixador de paz em vários cenários mundiais. Foi um autêntico filho de São
Francisco de Assis, como instrumento de Paz e agente da concórdia. Morreu
precisamente como agente de paz em Lisboa. Que São Lourenço de Brindes inspire
os homens de hoje para alcançarem a paz que faz tanta falta em várias partes do
mundo.
3º - O louro da vida apostólica – foi isso que lhe
valeu o título de Doutor da Igreja. Ele estudava e amava a Sagrada Escritura. Foi
um estudioso e mestre com boa preparação, muita dedicação e grande amor. Sempre
esteve à altura da missão que a Igreja lhe confiou.
É um modelo para o nosso tempo como homem de oração,
de paz e de ação.
Apesar de ter morrido em Lisboa, não é muito conhecido
em Portugal.
Mas nunca é tarde para o conhecer e seguir o seu
exemplo.
À margem 1
Oração coleta
Senhor nosso Deus,
que, para glória do vosso nome e para salvação dos
homens,
destes ao presbítero são Lourenço de Brindes
o espírito de conselho e de fortaleza,
concedei-nos o mesmo espírito,
para conhecermos a vossa vontade e fielmente a
cumprirmos.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
À margem 2
Dos Sermões de São Lourenço de Brindes, presbítero
(Sermão da Quaresma 2: Opera Omnia 5, 1, nn. 48.50.52)
(Sec. XVII)
A pregação é um dever apostólico.
A fé não se alcança sem a pregação da palavra de Deus:
A fé vem da pregação, e a pregação é o anúncio da palavra de Cristo.
Por conseguinte, a pregação é um dever apostólico,
angélico, cristão, divino. Assim se manifesta por meio da palavra de Deus a
multiforme riqueza da sua bondade, porque ela é um tesouro onde se encerram
todos os bens. Dela procedem a fé, a esperança e a caridade, todas as virtudes,
todos os dons do Espírito Santo, todas as bem-aventuranças do Evangelho, todas
as boas obras, todos os méritos da vida, toda a glória do paraíso: Recebei a
palavra que em vós foi semeada e que pode salvar as vossas almas.
Na verdade, a palavra do Senhor é luz para a
inteligência, fogo para a vontade; por meio dela pode o homem conhecer e amar a
Deus. Para o homem interior que, pela graça, vive do Espírito Santo, é pão e
água, mas um pão mais doce do que o mel e o favo, e uma água melhor do que o
vinho e o leite. É um tesouro de méritos para a alma espiritual, e por isso é
comparada ao ouro e à pedra preciosa. É o martelo que abranda a dureza do
coração obstinado nos vícios; é espada que mata todo o pecado na luta contra a
carne, o mundo e o demónio.
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