sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Viver, envelhecer e morrer bem


Ao assinalarmos a data da morte do Pe. Dehon (12 de agosto de 1925) podemos dar-lhe a palavra para que possa partilhar a sua visão e o seu exemplo de como se pode viver, envelhecer e morrer com dignidade e santidade. Será uma boa oportunidade para reflectir sobre o tema do Ano Europeu 2012.

Aos 31 anos
"O meio de morrer bem, é viver bem" (NHV, volume VI, Janeiro 1874 – Dezembro 1876, Pág. 179).

Aos 38 anos
"O descanso não é cá nesta terra" (CF, 18 de Abril de 1881).

Aos 53 anos
"Eu fiz uma conferência para 800 homens em Nimes e uma conferência no Seminário. Creio dar suficientemente exemplo de trabalho" (Carta ao Pe. Falleur, 07/12/1896, Inv. 292.48, AD: B20/3.1).

Aos 67 anos
"A vida é curta e a eternidade é longa. Preparemo-nos" (Carta a um confrade, 02/03/1910, Inv. 122.12, AD: B16/6bis.12).

Aos 72 anos
"A Velhice veio. Fiat! Tudo está bem quando Deus o quer. Duas comunidades pedem-me para lhes pregar o retiro… Eu já não posso. Não posso mais pregar retiros em que é preciso falar quatro vezes ao dia durante uma semana! É penoso ser obrigado a recusar o exercício do apostolado. Eu desejo tanto trabalhar pelo Reino de Nosso Senhor! Resta-me santificar-me no recolhimento e completar a organização da minha Congregação, preparando o Capítulo Geral" (NQ 1915 -1145/31). "A minha vida não será muito longa… As enfermidades da velhice são uma advertência diária. Todos os órgãos falham. É como um navio avariado que se afundará num destes dias" (NQ 1915 – 52/39).

Aos 76 anos
"Apesar dos meus 76 anos ainda não caio no desencorajamento" (Carta ao Bispo Grison, 20/04/1919, Inv. 503.13, AD: B24/9-A).

Aos 77 anos
"Aproximo-me dos meus setenta e oito anos! … Termino o ano com a oração pela boa morte: Senhor meu Deus, a partir de hoje, eu aceito da vossa mão de bom grado e com toda a justiça, o género de morte que Vos aprouver de me mandar, com todas as suas dores, todas as suas penas e todas as suas angústias” (NQ 1920-132/43).

Aos 80 nos
"Estou nos últimos capítulos da minha vida e no vestíbulo do céu. Eu penso em todos os que irei ver brevemente: Jesus e Maria, São José, São João Baptista, São Miguel, São João Evangelista, todos os anjos, sobretudo os meus anjos da guarda; todos os santos, sobretudo os meus santos Patronos e os que honrei particularmente; e tantos parentes, amigos, directores espirituais, confrades…"(NQ 1924-103/44).

Aos 81 anos
"É o último caderno e pode ser o último ano. Fiat!... A minha carreira termina: é o crepúsculo da minha vida. Eu saio todos os dias; no caminho leio o meu pequeno livro “Monita ad Sacerdotes”. Fazendo isto sou como São Francisco: Eu prego sem palavras" (NQ 1925-1/45).

Aos 82 anos
"Eis que completo os meus 82 anos! Obrigado, minha divina Mãe! Obrigado, meu bom Anjo! Não sei tudo quanto vos devo. Sabê-lo-ei lá no alto. Que fiz eu nestes 82 anos? Não fiz grande coisa de bom. Multiplico as minhas reparações; repito o meu arrependimento e tenho confiança cima de tudo na misericórdia do Salvador" (NQ 1925-43/45).

CONCLUSÃO
"Os santos nunca envelhecem" (Conferência aos Jovens, inventário 38.09, AD: B6/5.9).
É por isso que a mensagem do Pe. Dehon nunca está fora de moda, apesar dele já ter morrido há 87 anos.
É por isso que os santos não estiveram parados na terra nem estão parados no céu, pois continuam a intervir.
E é por isso também que todos nós, independentemente da nossa idade ou condição, temos sempre algo a fazer em benefício dos nossos irmãos e para glória de Deus.

Sem comentários: