quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Ver Jesus


5ª Feira - XXV Semana Comum
 
1ª Leitura
Podemos concluir que as desgraças do tempo do Profeta Ageu são as mesmas do nosso tempo: o operário mete o seu salário num saco roto, comemos e não nos saciamos pois não nos sabe a nada etc...
Se é verdade que as desgraças se repetem em todos os tempos, é certo também que as graças devem repetir-se. Nós é que não queremos ver.
As graças são a glória e o amor de Deus, porque o Senhor ama o seu povo...
Saibamos então identificar as mesmas desgraças, mas sobretudo as mesmas graças de Deus.
 
2ª Leitura
Herodes perguntava: Quem é este homem de quem oiço dizer tais coisas.
E procurava ver Jesus.
 
Para ver, descobrir ou conhecer Jesus é preciso 5 coisas:
- Sair do seu Palácio - Viver simples, pobre e humilde.
- Pôr-se a caminho - caminhar com Ele, conviver, avançar, fazer-lhe companhia.
- Ouvi-lo mais a Ele do que aos outros. - Escutá-lo.
- Vê-lo mais com o coração do que com os olhos da cara. - Amá-lo.
- Mais do que querer é preciso fazer. - Não basta ter boas intenções; é preciso gestos, obras, ações.
 

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Ide ao povo

4ª Feira - XXV Semana Comum

Jesus, no trecho do evangelho de hoje, envia os seus discípulos com uma dupla missão:
- Ide proclamar a Boa Nova e Curar.
Isto é repetido 3 vezes neste breve trecho.
Quer dizer que não basta proclamar, mas é preciso curar.
E não basta curar, mas é preciso pregar.
Deus trata-nos como pessoas de corpo inteiro, ou melhor, de corpo e alma:
pregar ou tratar da alma e curar ou tratar do corpo.

Ide tratar da alma e do corpo, tratar das pessoas, tratar do povo.
Se eu só tratar do corpo, estou a considerar apenas uma dimensão: estou a considerar as pessoas como coisas.
Se eu só tratar da alma, estou a considerar apenas uma dimensão: estou a considerar as pessoas como anjos ou espíritos. 

Ide ao povo, ide às pessoas, ide pregar e curar!

terça-feira, 24 de setembro de 2013

A família de Deus


3ª Feira - XXV Semana Comum

A família de Deus ou o Deus da família

- Os familiares de Jesus nem sempre estavam presentes ou perto d’Ele e talvez até nem O acompanhavam nas suas caminhadas e pregações. (Pois seguir a Cristo não é uma questão de parentesco nem de consanguinidade).
- Queriam que Ele parasse de pregar para os atender. (Para seguir a Cristo há que obedecer a Cristo em vez de querer que Ele nos obedeça).
- Queriam falar com Ele, mas não queriam ouvi-l’O. (Para seguir a Cristo é preciso falar e ouvir, isto é, dialogar).
- Queriam chamá-l’O, mas não queriam que Ele os chamasse. (Para seguir a Cristo é preciso ouvi-l’O mais do que ser ouvido).
- Queriam vê-l’O, mas não estavam dispostos a ver a Deus.  (Para seguir a Cristo é preciso reconhecê-l’O como Deus e Senhor).

Por isso desculparam-se dizendo que a multidão não os deixava aproximar de Jesus.
As multidões afastam quem quer afastar-se e aproximam quem quer aproximar-se.
As multidões atiçam os motivados e afugentam os medíocres.
Jesus conclui que para aproximar-se d’Ele é preciso parar, escutar e olhar, isto é, obedecer, dialogar e reconhecê-l’O como Filho de Deus.
É esta a sua família, é esta a comunidade dos crentes.
Não basta pertencer à mesma terra, viver debaixo do mesmo teto para formar comunidade.
É preciso viver a mesma PALAVRA.

Nós somos hoje a verdadeira família de Jesus, desde a nossa conversão batismal:
Filhos ou filhas de Deus; irmãos ou irmãs de Jesus; irmãos ou irmãs dos outros batizados.
Eu não conheço todos os meus irmãos ou irmãs, mas amo-os a todos.
Jesus porém conhece-nos a todos e ama-nos a todos.
Aleluia!


quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Mais do que à Santa Madalena


5ª Feira - XXIV Semana Comum


Hoje a reflexão é feita através de uma parábola escrita por santa Teresinha do Menino Jesus (Manuscrito A, 152-156).
“Não tenho mérito nenhum por não me ter entregado ao amor das criaturas, uma vez que fui preservada dele apenas pela grande misericórdia de Deus!...
Reconheço que, sem Ele, teria podido cair tão baixo como Santa Madalena. A profunda palavra de Nosso Senhor a Simão ressoa com uma grande doçura na minha alma. Bem sei: ‘Aquele a quem menos se perdoa, ama menos’, mas também sei que Jesus me perdoou mais que a Santa Madalena, porque me perdoou antecipadamente, impedindo-me de cair. Ah! Como gostaria de poder explicar o que sinto!...
Eis um exemplo que traduzirá um pouco o meu pensamento. – Suponho que o filho dum grande médico encontra no caminho uma pedra que o faz cair, e que, na queda, ele fratura um membro. O pai acorre imediatamente, levanta-o com amor, trata das feridas, empregando para tal todos os recursos da sua arte. Uma vez completamente curado, esse filho tem muita razão para amar o pai!
Mas vou fazer ainda outra suposição. – Tendo o pai sabido que no caminho do filho havia uma pedra, apressa-se a ir à frente dele e retira-a, sem ser visto por ninguém. Certamente, este filho, objeto da sua previdente ternura, não sabendo a desgraça de que o pai o livrou, não lhe testemunhará o seu reconhecimento, e amá-lo-á menos do que se tivesse sido curado por ele… Mas, se vier a saber do perigo do qual escapou, não o amará ainda mais?
Pois bem, eu sou essa filha, objeto do amor previdente de um Pai que não enviou o seu Verbo para resgatar os justos, mas os pecadores. Quer que O ame, porque me perdoou, não muito, mas tudo. Não esperou que eu O amasse muito como Santa Madalena, mas quis que eu soubesse como me tinha amado com um amor de inefável previdência, para que agora O ame loucamente!...
Ouvi dizer que nunca se encontrou uma alma pura que amasse mais do que uma alma arrependida. Ah! Como gostaria de desmentir essa palavra!...”



quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Chorar ou cantar


4ª Feira - XXIV Semana Comum
 
"Esta geração é como as crianças caprichosas...
Tocámos flauta e não dançastes,
entoámos lamentações e não chorastes..."
 
Recordo uma quadra do nosso folclore:
 
Moro na borda da rocha
numa casinha terreira.
Não posso dormir de noite
com a zoada da ribeira.
 
E eu pergunto:
A água da ribeira chora ou canta?
 
Tenho a certeza que a água da ribeira canta com quem canta e chora com quem chora.
 
Assim as crianças caprichosas não sabem acompanhar nada e ninguém, nem sabem o que querem.
É preciso comungar dos mesmos sentimentos.
É preciso chorar com os que estão tristes e cantar com os que estão alegres.
É preciso estar alegre com os que cantam e estar triste com os que choram.
Não sejamos como crianças caprichosas, mas como a água da ribeira que canta com os que cantam e chora com os que choram.
 


terça-feira, 17 de setembro de 2013

Jesus livra-nos do mal


3ª Feira - XXIV Semana Comum

O episódio da reanimação do filho único da viúva de Naim pode ser interpretado em conjunto com outros dois episódios similares: os da reanimação da filha de Jairo e do amigo Lázaro.
Em todos eles podemos equacionar os efeitos ou consequências do mal, do pecado ou do maligno em nós.
Primeiro, temos a filha de Jairo que estava a dormir - Jesus aproxima-se e ordena-lhe que se levante ou que acorde.
Quer dizer que o mal em nós põe-nos adormecidos ou alheios à realidade...
Segundo, temos o filho único da viúva de Naim que era levado a sepultar - Jesus aproxima-se e ordena-lhe que se erga e ele põe-se a falar.
Quer dizer que o mal em nós torna-nos dependentes, deixamos de nos mandar a nós mesmos, pois o mal é quem nos conduz...
Terceiro, a reanimação de Lázaro, sepultado há três dias, já não tinha nem passado, nem presente, nem futuro - Jesus aproxima-se e pede-lhe para sair para fora.
Com o pecado todos ficamos privados do presente e do futuro. Ficamos sem destino, perdidos. É preciso ouvir o convite de Jesus para regressar à vida, saindo de nós mesmos...
Todos nós experimentamos estas fases ou momentos na nossa vida.
O maligno, o mal ou o pecado que nos persegue, adormece-nos, deixa-nos levar por forças alheias e priva-nos da nossa identidade, pois ficamos sem passado, presente ou futuro.
Peçamos ao Senhor Jesus que esteja sempre perto de nós para que com a sua graça nos acordar, nos conduzir e nos despojar de todo o mal.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

O serviço da autoridade


2ª Feira - XXIV Semana Comum

“O episódio do centurião que pede a Jesus que cure o seu servo e a carta de São Paulo a Timóteo, com o convite a rezar pelos governantes apontam para duas características indispensáveis que um político deve ter humildade e amor pelo povo.
Um político que não ama pode, no máximo, colocar um pouco de ordem, mas não governar.
Não se pode governar sem amor ao povo e sem humildade! E todo homem e mulher que assume um cargo de governo, deve fazer duas perguntas: Eu amo o meu povo para servi-lo melhor? Sou humilde e dou ouvidos a todos, ouço várias opiniões para escolher o melhor caminho? Se estas perguntas não são feitas, não será um bom governo. O governante homem ou mulher que ama o seu povo é uma pessoa humilde.
Já São Paulo exorta todos os governados a rezarem por aqueles que estão no poder, para que possamos ter uma vida calma e tranquila. Os cidadãos não podem se desinteressar da política:
Nenhum de nós pode dizer: não tenho nada a ver com isso, eles governam... Ao invés, eu sou responsável pelo seu governo e devo dar o melhor de mim para que eles governem bem e participar da política dentro das minhas possibilidades. A política – afirma a Doutrina Social da Igreja - é uma das formas mais altas de caridade, porque serve ao bem comum.
E quando muitas vezes ouvimos que um bom católico não entra na política, isso não é verdade:
Um bom católico empenha-se na política oferecendo o melhor de si, para que o governante possa governar. Mas qual a melhor coisa que podemos oferecer aos governantes? A oração! É aquilo que São Paulo diz: Oremos por todos os homens, pelo rei e por todos os que nos governam.
Mas aquela é uma má pessoa, tem que ir para o inferno…. Reza por ele, por ela, para que possa governar bem, para que ame o seu povo, para que sirva à população, para que seja humilde!
Um cristão que não reza por seus governantes não é um bom cristão!
Se uma pessoa é má, reza para que se converta!
Rezemos pelos governantes para que governem bem, para que levem avante a nossa pátria, a nossa nação e também o mundo, para que haja paz e o bem comum.”
(Cf. Papa Francisco, homilia de 16/09/13)

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Fofoca = crime


6ª feira - XXIII Semana Comum

Da homilia de hoje do Papa Francisco:

Por que reparas no argueiro que está na vista de teu irmão, e não reparas na trave que está na tua própria vista?

-  Aqueles que vivem julgando o próximo, falando mal do outro, são hipócritas, porque não têm a força, a coragem de olhar para os próprios defeitos.

- O Senhor afirma que quem tem no coração ódio do seu irmão, é um homicida... Quem fala mal do seu próximo é assassino, pois as fofocas são criminosas, pois matam Deus e o próximo. Não há meio termo. Quem fala mal do irmão está a matá-lo. E nós, todas as vezes que o fazemos, imitamos aquele gesto de Caim, o primeiro homicida da história. As fofocas (bilhardices) fazem parte desta dimensão da criminalidade. Não existe fofoca inocente.

Peçamos para nós, para toda a Igreja, a graça de nos converter da criminalidade das intrigas ao amor, à humildade, à mansidão, à magnanimidade do amor para com o próximo.”

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Autorretrato


4ª Feira - XXIII Semana Comum


- O Sermão da Montanha do Evangelho de Mateus é um dos textos mais importantes do Novo Testamento.

- O hindu Mahatma Gandhi afirmava que se toda a literatura ocidental de perdesse e restasse apenas o Sermão da Montanha, nada se teria perdido.

- Dizia também que admirava as "Bem-aventuranças", mas criticava os cristãos por não as cumprirem.

- As Bem-aventuranças são um autorretrato de Jesus: pobre, sofredor, perseguido… 





terça-feira, 10 de setembro de 2013

Subir ao monte



3ª Feira - XXIII Semana Comum

Jesus subiu ao monte com os discípulos e passou a noite em oração.
Depois, desceu com eles para um lugar plano e começou a ensinar o povo.

Dois movimentos necessários: SUBIR e DESCER

Subir ao monte para estar com Deus
Descer à planície para estar como povo.

Quem está unido a Jesus faz sempre este duplo movimento:
Subir para Deus e descer para os irmãos.




sexta-feira, 30 de agosto de 2013

50%

6ª Feira - XXI Semana Comum
 
O Reino dos céus é como 10 donzelas, 5 prudentes e 5 imprudentes.
 
Cada um de nós é como o Reino dos céus: 50% das vezes prudentes, 50% imprudentes.
 
Isto quer dizer que somos 50% bons e outro tanto menos bons.
Mas quer dizer sobretudo que afinal nós não somos assim tão bons como imaginamos, nem somos tão maus como pensamos. Somos 50% de cada.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Liçoes de Herodes e de João Batista

 
Memória do Martírio de São João Batista
 
Podemos acolher 3 mensagens ou lições que João Batista nos dá e outras 3 lições dadas por Herodes.
 
João Batista ensina-nos:
1º - Imitar a Cristo não só nos momentos mias felizes, mas também nos momentos mais dolorosos. João Batista foi precursor ou imitador de Jesus na sua vida, na sua palavra e na sua morte, ocorrida precisamente um ano antes da de Jesus.
Saibamos então nós também imitá-los.
2º - João era um homem justo, isto é, equilibrado.
3º - João era reconhecido como um homem santo. É preciso ver os ouros com os mesmos olhos.
 
Herodes ensina-nos:
1º - Se nos precipitamos, se fazemos promessas ou juramentos de maneira precipitada, mais cedo ou mais tarde arrepender-nos-emos. Não juremos ou prometemos nos momentos de tensão.
2º - Herodes iludiu-se pensando que ao calar a voz, calava a verdade. Ensina-nos assim que calar a voz não é calar a verdade.
3º - Ele pensava que João estava contra ele, mas não. João falava a verdade, estava contra o erro e não contra o homem.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Orações e lágrimas

Memória de Santa Mónica (331-387)

Mónica vivia preocupada com os desmandos do seu filho Agostinho.
Inteligente, mas inquieto, deixava-se arrastar pelas paixões e pelos falsos ideais.
Um dia esta mãe foi ter com um bispo famoso e santo, Ambrósio de Milão, pedindo-lhe ajuda para converter o seu filho.
- Deixe-o ficar assim. Limite-se a rezar por ele... Pouco a pouco reconhecerá os seus erros e converter-se-á.
Ela insistia com mais pedido e lágrimas.
- Vá em paz. É impossível que se perca um filho de tantas lágrimas...
As lágrimas daquela santa mãe foram o primeiro batismo do seu filho.
Vinte anos de preces regadas pelas lágrimas alcançaram a graça da conversão.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Rainha e Mãe


Memória de Nossa Senhora Rainha, na oitava da Assunção para sublinhar o nexo da realeza com a sua glorificação.
Na mistérios gloriosos do Rosário, depois da Assunção contemplamos a Coroação de Maria como Rainha do Céu e da Terra.
“No Céu, Maria resplandece como Rainha e intercede como Mãe.”
 
No passado dia da Assunção o Papa Francisco visitou as Clarissas de Albano e contou-lhes esta história:
“São Pedro nem sempre abre a porta quando chegam os pecadores e, então, Maria sofre um pouco, permanece ali. E à noite, quando se fecham as portas do Paraíso, quando ninguém vê e ouve, Maria abre a porta do Paraíso e deixa entrar todos.”
 
É esta a missão de Maria e da vida contemplativa na clausura. No silêncio, na escuridão, na noite, quando ninguém vê ninguém sabe e ninguém se apercebe… realiza-se uma grande missão, a de abrir as portas do Paraíso para que toda a humanidade possa entrar, todos os homens, irmãos e irmãs que talvez nem mesmo conheçam, nem mesmo saibam e talvez não tenham dom da fé. Como Maria, a nossa missão é abrir a porta e dar novamente confiança e esperança.”

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Bernardo cicerone

Memória de São Bernardo de Claraval.


1. Monge na terra
Chegou o dia em que Bernardo de Claraval e seus três irmãos iam cumprir o voto, que tinham feito, de consagrar-se a Deus na vida religiosa. O mais velho, ao despedir-se disse ao mais novo:
- Nivardo, nós vamos embora. Deixamos-te as nossas terras e todos os nossos bens.
- As partilhas não são justas, - respondeu Nivardo – porque me deixais a terra e levais o céu.
Pouco tempo depois, seguia o exemplo dos irmãos.

2. Cicerone no Céu
Na Divina Comédia São Bernardo aparece como o guia ou cicerone de Dante no último céu. Este pede à Virgem Maria que conceda a Dante a graça de contemplar a Deus. E tal aconteceu, terminando assim a viagem do poeta.
Quem queremos ter como nosso guia ou cicerone no paraíso?
Todos os que nos precederam na vida eterna, todos os santos acompanhar-nos-ão nessa visita guiada à nossa chegada ao céu.

3. Mestre na santidade
São bernardo resume as características pessoais do educador:
Gravidade nas ações, sorriso nos lábios, ponderação nas palavras.
Educar é contagiar.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Dehon e Portugal (2)




Riquezas = espinhos

2ª Feira - XX Semana Comum

O jovem retirou-se entristecido, porque tinha muitos bens.

"As riquezas são verdadeiros espinhos:
Elas magoam-nos com mil penas ao adquiri-las,
Com muitas inquietações ao conservá-las,
Com muitos desgostos ao gastá-las,
Com muitas penas ao perdê-las."


(São Francisco de Sales)

Memorial Pe. Colombo (8)



50 Escudos
Era todo o dinheiro que os pioneiros SCJ
tinham quando chegaram à Madeira
para implantar a Congregação em Portugal.

"No dia 17 de 1947 chegaram a esta ilha da Madeira, no Carvalho Araújo, dois padrezinhos, o Pe. Canova e o Pe Colombo vindos daquela Itália espezinhada pela guerra. Tinham chegado sem dinheiro. Só tinham ficado com uns 50 escudos. resto da viagem Lisboa-Funchal, pago pela intervenção da boa alma de uma benfeitora de Lisboa..." (Cf. Pe. Ângelo Colombo SCJ na sessão solene das comemorações dos 25 anos da Província Portuguesa SCJ, a 17 de outubro de 1991, no Colégio Missionário, Funhcal; Cf. Erudímini 3, Memórias do Padre Ângelo Colombo, Lisboa, 1994)

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Assunção

Duas mensagens:
 
1ª - Assim como Maria na visitação levou o seu Filho até Ain Karim assim também na sua viagem da terra ao Céu nos levará a todos como seus filhos.
Maria leva consigo um pouco de cada um de nós, como seus filhos...
Deixemo-nos elevar juntamente com ela.
 
2ª - Numa grande superfície comercial um petiz de palmo estava parado a chorar. Todos perguntavam se tinha perdido a sua mãe e ele soluçando dizia que não. Até que um segurança pegou nele ao colo e perguntou com calma:
- Lindo menino, diz-me onde é que perdeste a tua mãe?
- Eu não perdi a minha mãe - respondeu prontamente o miúdo - a minha mãe é que me perdeu!
Está perfeitamente certo. É o maior que perde o mais pequeno... mas isto tem uma mensagem apropriada para este dia: Sem a nossa mãe por perto nós sentimo-nos perdido. É por isso que Maria está sempre connosco. Ela não nos perde de vista. É por isso que ela foi para o céu para poder seguir a cada um dos seus filhos.
O mesmo se pode dizer da nossa Mãe Igreja. Sem ela sentimo-nos perdidos.
É por isso que Maria é nesta festa da Assunção apresentada como imagem da Igreja.
Saibamos descobrir então o caráter eclesiológico de Maria bem como o caráter mariano da Igreja.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Memorial Pe. Colombo (7)


Última Entrevista na Madeira

Um dos fundadores do Colégio Missionário do Funchal
Pe. Ângelo Colombo
“A Madeira continua a dar importante contributo à obra missionária mundial”


No passado dia 17 de outubro, o Colégio Missionário do Funchal celebrou os quarenta e um anos da sua fundação. No ano de 1947 estavam na Madeira aqueles que iriam ser os obreiros deste Colégio, sendo o Pe. Ângelo Colombo um dos seus dinamizadores. Volvido todo este tempo este sacerdote italiano que durante vários anos trabalhou na Madeira aqui regressou para estar presente nas comemorações desta efeméride que hoje se realizam…

O Pe. Colombo nesta hora de regresso momentâneo à Madeira recorde-nos como nasceu o Colégio Missionário do Sagrado Coração de Jesus:

- Quando aqui chegamos em 1947, a nossa missão específica era criar um seminário para a formação de futuros missionários que iriam exercer a sua atividade em Moçambique. Nessa altura fomos muito bem acolhidos pelo então bispo da diocese D. António Ribeiro que em princípio nos indicou o Pe. Laurindo, na altura pároco de santa Maria Maior, e que se preparava para fundar a Escola de Artes e Ofícios do Funchal. A obra ia surgir e necessitava de orientação pelo que o então Prelado da Diocese pensou que nós seríamos as pessoas indicadas para o efeito. Passados seis meses compreendemos que esse não era o melhor campo para desenvolver o nosso trabalho específico.
Após algumas dificuldades naturais para quem começa uma obra, decidimos alugar uma casa, para instalarmos um seminário onde os jovens se preparassem para as missões. Encontrámos então, uma quinta, propriedade do Sr. Dr. Jacinto Gomes Henriques, e situada no Caminho do Monte, que nos servia perfeitamente.
Assim e após as necessárias adaptações, tivemos a grande alegria de vermos o nosso sonho tornar-se realidade, com a solene inauguração do denominado Colégio Missionário do Sagrado Coração de Jesus, no dia 17 de Outubro de 1947. D. António Pereira Ribeiro presidiu à primeira missa aqui celebrada dando-nos também incentivo para prosseguirmos a obra.

- E o Colégio Missionário como cresceu?

- Ao longo destes quarenta e um anos, este Colégio passou por muitas transformações, como é natural. Todavia desde a primeira hora que tivemos o total apoio dos madeirenses. Encontramos na Madeira, gente maravilhosa, que nos apoiava em todos os momentos encorajando-nos a superar as dificuldades. Nós quando chegamos ao Funchal, apenas trazíamos cinquenta escudos, mas uma enorme vontade de trabalhar pelo Reino do Coração de Jesus.
Quero ainda referir o trabalho desenvolvido pelo então Bispo da Diocese D. António Ribeiro, que nos tratou tal como um pai trata os seus filhos. Depois houve a especial ajuda dos grupos missionários dos arredores da nossa casa, que começaram a se entusiasmar com a nossa obra, contribuindo decisivamente para o crescimento desde seminário.
Ouras entidades colaboraram connosco como por exemplo o “Jornal da Madeira” que nessa época publicou diversos artigos e reportagens a nosso respeito encorajando-nos em todos os sentidos.

- Dos primeiros alunos entrados para o Colégio Missionário, quantos concluíram o curso?

- Foram cinco os madeirenses que viriam a ser ordenados presbíteros e que atualmente trabalham tanto em Portugal, como em Moçambique. Foram eles um belo exemplo para os muitos que nestes últimos anos se formaram neste Colégio.

- Quanto a vocações sacerdotais, na vossa congregação, elas aumentaram?

- Quando o Colégio Missionário abriu as suas portas muitos foram os que nele entraram. Muitos concluíram o seu Curso. Depois houve uma certa crise vocacional nos anos sessenta, mas agora a situação parece estar a melhorar, até porque temos visto que nestes últimos tempos surgiram vários sacerdotes dehonianos madeirenses. Atualmente está neste colégio, um bom núcleo de jovens que se preparam para o futuro, como missionários. Espero que eles possam continuar a ser corajosos de modo a enfrentarem sem desânimo o futuro.

- Neste Dia Mundial das Missões, que mensagem quer dirigir aos madeirenses, em especial?

- Queria endereçar uma mensagem de encorajamento. Que as famílias nunca receiem dar os seus filhos para o serviço das missões. Que não tenham medo de serem verdadeiros apóstolos de Cristo no mundo.
O meu desejo é que a Madeira continue a ser um centro vocacional de primeira qualidade como sempre foi.

(In Jornal da Madeira, Domingo 22 de outubro de 1989, página 20)