domingo, 5 de fevereiro de 2023

Ajudar a ver e a saborear


Ano A – V domingo do tempo comum

 

Vós sois o sal da terra

Vós sois a luz do mundo

A vossa vocação é ajudar a ver e ajudar a saborear.

 

Ser sal

- Outrora era muito caro, mas hoje é bastante acessível e barato.

Um quilograma de sal custa por volta de trinta cêntimos.

Isto quer dizer que não temos desculpas para não sermos sal porque é barato, é acessível e útil. Se fosse uma coisa difícil e cara, ainda assim valeria o esforço. Podemos ser sal sem desculpas.

- Estás a ser pisado pelos outros, pela vida? Não te queixes dos outros. Quem sabe se o problema está na falta de qualidade do teu sal? Se o sal perder o sabor só serve para ser pisado pelos homens.

 

Ser luz

- A luz viaja mais rápido do que o som.

Jesus diz-nos que devemos ser antes luz que palavra. Em vez de pregarmos, devemos ser luz pois vamos mais depressa, com mais eficácia e ajudamos assim a ver.

- A luz não brilha para si mesma, mas para os outros.

É por isso que não devemos guardar essa luz só para nós, debaixo de uma caixa. Se a guardarmos assim ela apagar-se-á e não haverá mais luz nem para nós, nem para os outros.

A história do Pateta

Era uma vez um sacristão de segunda categoria chamado João, mas que todos o tratavam por Pateta. Era simples e humilde, não tinha estudos nem outras habilitações, mas dedicava-se com todo o coração àquilo que lhe pediam.

Ficou encarregado de acender e apagar as velas do altar de todos os santos. Eram dezenas de velas, desde o nível mais baixo até lá em cima. Todos se recusavam a fazer esse serviço, mas o João Pateta ficou feliz por essa missão.

E apesar de não muito dotado começou a pensar numa solução para desempenhar bem essa função.

Primeiro para acender depressa e bem todas as velas, prendeu uma torcida na ponta de uma vara e com ela acendia todas as velas, mesmo as do alto, onde ninguém sozinho chegava.

Depois para apagar essas velas não podia soprar, nem chegar lá em cima. Lembrou-se do Evangelho em que Jesus aconselhava a não por a vela por baixo de um alqueire ou de uma caixa, pois depressa apagaria. Amarrou então um copo de fundo para cima no topo da vara.  De cá de baixo enfiava o copo da vara em cada vela que por falta de ar ou oxigénio apagava-se facilmente.

Assim resolveu o problema das velas mais altas, colocadas bem lá no topo.

E toda a gente ficou admirada pela eficácia e esperteza do João, mas continuou a chamá-lo Pateta. E chamavam não só a ele como também passaram a designar o instrumento por ele inventado com o mesmo nome de Pateta.

Ainda hoje podemos ver esse pateta em todas as igrejas e catedrais, porque foi fruto da humildade e de inspiração evangélica em Mateus 3, 15.

 

Ver também:

Três vezes lusitanos

O importante é ser saluz

 

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