terça-feira, 6 de agosto de 2013

Acampar no Tabor


Há muita gente que já teve o privilégio de subir até ao alto do Monte Tabor. Há também algumas pessoas que ficaram alojadas algum tempo nesse local, mas montar uma tenda e passar lá a noite terá sido sorte de bem poucos.  Até os primeiros discípulos, acompanhados por Jesus não conseguiram isso. Mas o desejo que São Pedro não conseguiu concretizar foi satisfeito pelo jovem Leão Dehon a 20 de Abril de 1865, durante a sua primeira visita à Terra Santa, como podemos ler nas suas Notes sur l´histoire de ma vie, volume II.
"Subimos a um planalto para visitar a humilde aldeia que foi Jezrael. antiga capital do país. Foi aí que a ímpia Jezrael encontrou a morte pela mão de Jeú. Mais longe, nas encostas basálticas do Hémon, está Sunam, a pátria da esposa misteriosa do Cântico. Na outra vertente, está Naim, onde Nosso Senhor manifestou a bondade do Seu coração com um lindo milagre.
Já temos de nós o TABOR. É um cone isolado, medianamente alto e que seria pouco notado se não nos recordasse tão grandes mistérios.
No último contraforte do Hémon está Endor, aldeia com numerosas grutas, pátria da Pitonisa ou Sibila que Saúl teve a fraqueza de consultar antes da batalha de Gelboé em que pareceu.
Decidimos, aí meso, ir acampar sobre o Tabor. Os primeiros declives são suaves, arborizados e ricos de caça, depois a montanha torna-se rude, mesmo para os cavalos que sonos obrigados a conduzir pelas rédeas. Chegamos ao cimo, numa hora, pela encosta oriental que está toda plantada de azinheiras. No planalto encontramos um pequeno convento grego bastante novo ao pé do qual acampamos. Uma grande cerca encerra ruinas e escombros, entre os quais crescem madressilvas e terebintos. Todo o planalto já foi habitado. No ângulo sudeste, três longas abóbodas ogivais servem de igreja aos católicos nas suas peregrinações. Foi aí que teve lugar, provavelmente, a transfiguração. É o ponto mais alto. Fizemos nele uma breve oração. As minhas recordações muitíssimas vezes voltaram lá, desde essa peregrinação.
A visa desde o Tabor é uma das mais bonitas da Palestina. Estende-se desde o mar Teberíades até ao Mediterrâneo. Ao norte há o Hémon com a sua coroa de neve e a cidade judaica de Safed. Ao sul e a leste é o Carmelo e o Gelboé. Lamentamos a falta de um mosteiro católico aí; o nosso desejo realizou-se mais tarde."

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