segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Com tão pouco fez muito


Memória litúrgica de São João Maria Vianney

o santo cura de Ars (1786-1859)

O Púlpito de Ars


Declarado Santo há precisamente 100 anos.

João Maria Vianney não foi apenas um seminarista pobre, mas também fraco (voz sumida) e de inteligência limitada. Ele teve que fazer um esforço extraordinário para seguir os seus estudos no seminário e foi reprovado duas vezes nos exames antes da ordenação. A sua insuficiência intelectual deu muito motivo para preocupação sobre sua vocação sacerdotal. Finalmente, aos 30 anos, mal conseguiu completar o curso e foi ordenado.

Embora não possuísse qualidades naturais que o tornassem um padre excecional, tornou-se um padre magnífico, um apóstolo extraordinário, um confessor de raro discernimento e um pregador que exercia uma profunda influência sobre as almas.

O bispo enviou-o para uma pequena paróquia no sul da França, a pobre aldeia de Ars. Lá iniciou a sua vida sacerdotal, que permearia toda a Europa com a sua luz e, a partir daí, se espalharia pelo mundo. Foi canonizado santo por Pio XI em 1925 e proclamado padroeiro dos párocos.

Qual a razão de tamanha eficiência?

Santa Teresa de Lisieux costumava dizer: Para o amor, nada é impossível. O que isso significa é que aquele que verdadeiramente ama a Deus, Nosso Senhor e Nossa Senhora obterá os meios para fazer o que a Divina Providência o chama a fazer.

O Pe. João Maria Vianney tinha uma voz fraca, e naqueles tempos em que não existiam microfones, as multidões que se reuniam para ouvir a sua pregação, enchendo a igreja de Ars e seus arredores, muitas vezes não conseguiam ouvi-lo. À distância ouviam apenas algumas frases soltas dos seus sermões, mas muitas delas se convertiam. Outras não conseguiam ouvi-lo, mas também se convertiam, apenas pelo efeito de vê-lo.

Na sua obra Alma do Apostolado, Dom Chautard relata um facto revelador: Um advogado ímpio foi até Ars com o intuito de zombar do seu Cura iletrado. Mas ele voltou convertido. Alguém lhe perguntou: O que viu lá? Ele respondeu: Eu vi Deus num homem. Ou seja, a presença de Deus estava em São João Maria Vianney. Notava-se que Deus estava nele e ele estava com Deus. "Eu vi Deus num homem" uma das mais gloriosas homenagens que um homem pode receber.


À margem

Em geral são nos apresentados e conhecemos tantos santos que se converteram no confessionário, como penitentes, confessandos os seus pecados.

O Santo de hoje é dos poucos que nos é apresentado e que conhecemos como alguém que sentado no confessionário se santificou, não como penitente, mas como confessor.

O Cura de Ars santificou-se santificando os outros.

São tantos os caminhos para chegarmos a Deus e nos santificar.


Ver também:

Fez da igreja a sua casa

O avesso do evangelho

Milagres interiores

O santo do confessionário

O santo Cura de Ars, patrono e modelo

O dia do Santo Cura

Chorar

O Cura de Ars

Humilhar-se

Bem perto de mim

Admitido ao sacerdócio

Pe. Dehon e o Cura de Ars

O caminho para Ars

 

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