Memória litúrgica de São João Maria Vianney
o santo cura de Ars (1786-1859)
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O Púlpito de Ars |
Declarado Santo há precisamente 100 anos.
João Maria Vianney não foi apenas um seminarista pobre, mas também fraco
(voz sumida) e de inteligência limitada. Ele teve que fazer um esforço
extraordinário para seguir os seus estudos no seminário e foi reprovado duas
vezes nos exames antes da ordenação. A sua insuficiência intelectual deu muito
motivo para preocupação sobre sua vocação sacerdotal. Finalmente, aos 30 anos, mal
conseguiu completar o curso e foi ordenado.
Embora não possuísse qualidades naturais que o
tornassem um padre excecional, tornou-se um padre magnífico, um apóstolo
extraordinário, um confessor de raro discernimento e um pregador que exercia
uma profunda influência sobre as almas.
O bispo enviou-o para uma pequena paróquia no sul da
França, a pobre aldeia de Ars. Lá iniciou a sua vida sacerdotal, que permearia toda a
Europa com a sua luz e, a partir daí, se espalharia pelo mundo. Foi canonizado
santo por Pio XI em 1925 e proclamado padroeiro dos párocos.
Qual a razão de tamanha eficiência?
Santa Teresa de Lisieux costumava dizer: Para o amor,
nada é impossível. O que isso significa é que aquele que verdadeiramente ama a
Deus, Nosso Senhor e Nossa Senhora obterá os meios para fazer o que a Divina
Providência o chama a fazer.
O Pe. João Maria Vianney tinha uma voz fraca, e
naqueles tempos em que não existiam microfones, as multidões que se reuniam
para ouvir a sua pregação, enchendo a igreja de Ars e seus arredores, muitas
vezes não conseguiam ouvi-lo. À distância ouviam apenas algumas frases soltas dos
seus sermões, mas muitas delas se convertiam. Outras não conseguiam ouvi-lo,
mas também se convertiam, apenas pelo efeito de vê-lo.
Na sua obra Alma do Apostolado, Dom Chautard relata um facto revelador: Um advogado ímpio foi até Ars com o intuito de zombar do seu Cura iletrado. Mas ele voltou convertido. Alguém lhe perguntou: O que viu lá? Ele respondeu: Eu vi Deus num homem. Ou seja, a presença de Deus estava em São João Maria Vianney. Notava-se que Deus estava nele e ele estava com Deus. "Eu vi Deus num homem" uma das mais gloriosas homenagens que um homem pode receber.
À margem
Em geral são nos apresentados e conhecemos tantos santos que se converteram no confessionário, como penitentes, confessandos os seus pecados.
O Santo de hoje é dos poucos que nos é apresentado e que conhecemos como alguém que sentado no confessionário se santificou, não como penitente, mas como confessor.
O Cura de Ars santificou-se santificando os outros.
São tantos os caminhos para chegarmos a Deus e nos santificar.
Ver também:
O santo Cura de Ars, patrono e modelo
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