Memória litúrgica de São Domingos, Presbítero
(08/08/1170 - 06/08/1221)
Fundador da Ordem dos Pregadores (Dominicanos)
Domingos de Gusmão dedicou toda a sua vida a falar com
Jesus ou a falar sobre Jesus.
Ele era uma espécie de quinta-essência de um cristão,
ou seja, quase um ideal inatingível.
Este homem foi elevado acima das montanhas de Castela
com humildade e naturalidade. Tudo era espontâneo nele.
O seu grande confrade, Lacordaire, disse: São Domingos
foi carinhoso como uma mãe, mas forte como um diamante.
Não sabemos o que dizer melhor: Ele estava todo no
céu, ou o Céu estava todo nele.
A Ordem dos Pregadores (Dominicanos) tem dois lemas de
vida:
- Contemplare et contemplata aliis tradere, que
significa contemplar e dar aos outros o que é contemplado.
- Laudare,
benedicere, praedicare, que significa louvar, abençoar e pregar.
Estes dois lemas podem ser resumidos numa única palavra - Veritas - isto é, Verdade.
Miguel de Unamuno sublinha que Cristo não escreveu
qualquer livro ou artigo, mas deu-nos o melhor dos livros: palavras vivas.
Também São Domingos não escreveu qualquer livro, mas fundou uma palavra viva:
os Dominicanos.
À margem
São Domingos fez do Rosário a sua principal pregação.
O Rosário é mais do que uma oração, torna-se uma
proclamação ou pregação. Cada Ave-Maria é uma batida de coração que ecoa as
verdades do Credo. Cada dezena é uma lição de Encarnação, Redenção e Glória.
Não é de se admirar que Domingos tenha recorrido ao
Rosário para pregar a um povo cujas mentes haviam sido obscurecidas pelo erro
espiritual. Onde longos tratados teológicos falharam em tocar os corações, o
Rosário permitiu que pessoas comuns vissem Cristo com os olhos da fé.
Vale a pena notar que a estrutura do Rosário espelha a
estrutura dos Evangelhos. Não são apenas os ensinamentos de Cristo que são
destacados, mas a Sua vida. Os mistérios não são doutrinas abstratas, mas
momentos – momentos revelados que confrontam a falsidade ao revelar a
realidade.
Hoje, há também heresias que circulam entre nós:
negação da Encarnação, rejeição da dignidade humana, confusão sobre o
sofrimento e desdém pelo corpo. E, no entanto, o Rosário ainda funciona – não
como magia, mas como meditação, formação e comunhão. Num mundo seduzido por
falsas luzes, o Rosário permanece uma tocha de fogo.
São Domingos sabia disso. Ele nos deu não apenas
palavras para dizer, mas mistérios para viver.
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