Festa da Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior
Curiosidade da Basílica de Santa Maria Maior
1ª – A neve
Uma lenda conta que Nossa Senhora apareceu em sonhos
simultaneamente ao Papa Libério e ao patrício romano que possuía a propriedade
onde a igreja seria erguida. Ela ordenou ao Papa que construísse uma basílica
no Monte Esquilino no local que estaria coberto de neve no dia seguinte. De
fato, durante aquela noite de 4 a 5 de agosto de 352, no auge do verão romano,
uma neve milagrosa caiu numa colina, indicando o local para a construção da
igreja. É por isso que esta basílica também é chamada de Nossa Senhora das Neves.
Para reconstruir esse Milagre nos dias 5 de agosto de cada ano faz-se cair uma chuva
de pétalas brancas desce do teto sobre o altar durante as festividades
religiosas.
2ª – As tábuas do presépio
Desde o século VII era conhecida também como Maria ad
Præsepe, pois a Basílica possui alguns pedaços de madeira da manjedoura onde
Nosso Senhor nasceu. A
relíquia do Santo Presépio recorda a importância de Santa Maria Maior como a
"Belém do Ocidente". Aqui foi celebrada pela primeira vez a Missa da
Noite de Natal e por muitos séculos os Pontífices vinham à esta Basílica
mantendo esta tradição
3ª – O Ícone Salus Populi Romana
A Basílica conserva o mais importante ícone mariano, a
Salus Populi Romani (Saúde ou Salvação do Povo Romano que São Gregório Magno
doou à basílica em 590 e que evitou milagrosamente que uma epidemia de peste
atingisse a cidade). É a padroeira de Roma. A tradição atribui a imagem a São
Lucas, Evangelista e patrono dos pintores.
4ª – Os santos
Entre as relíquias mais importantes, a Basílica
conserva os restos mortais de São Matias e de São Jerónimo.
5ª – O Rosário
Nesta igreja, São Pio V rezou o Rosário que obteve
para os guerreiros católicos a vitória de Lepanto.
6ª – Cirilo e Metódio
Em Santa Maria Maior, o Papa Adriano II recebeu os
Santos Cirilo e Metódio em 867 e aprovou o uso do antigo eslavo na liturgia.
Esse evento histórico é recordado, no Batistério, por placas comemorativas
colocadas por pessoas de língua eslava.
7ª – Santo Inácio
Foi aqui numa noite de Natal, que Santo Inácio de Loyola
celebrou sua primeira missa.
8ª – São Carlos Borromeu
São Carlos Borromeu costumava ir rezar frequentemente
diante da Imagem de Nossa Senhora e, em testemunho de sua gratidão a ela,
escreveu a Regra dos Cónegos de Santa Maria Maior.
9ª – Bernini
O túmulo da família Bernini está localizado nave
lateral direita. Uma simples epígrafe em latim expressa a esperança de
ressurreição de Pietro e Gian Lorenzo, que tinham sua oficina atrás da Capela
Paulina. Tanto o relevo da Assunção no Batistério, quanto as esculturas na
Capela Paulina (ambas obras de Pietro), bem como o bronze representando Filipe
IV sob o Pórtico (executado com um projeto de Gian Lorenzo) referem-se à
atividade artística dos Bernini junto à Santa Maria Maior.
10ª – O teto de ouro
O teto da Basílica foi dourado com o primeiro ouro
vindo das Américas, presenteado ao papa pelos reis católicos da Espanha,
Fernando e Isabel.
11ª – Os Papas na Basílica
Na Basílica estão também sepultados sete Pontífices –
Clemente VIII, Honório III, Clemente IX, Nicolau IV, São Pio V, Sisto V e
recentemente o Papa Vrancisco.
12ª – O Papa Francisco
Sempre que iniciava ou terminava uma viagem
Apostólica, o Papar Francisco ia rezar à Senhora Salus Populi Romani, como
intercessão e agradecimento. Também na sua última viagem, rumo à eternidade
assim fez questão de fazer, sendo sepultado nesta basílica.
13ª – A torre
Com 75 metros de altura, o campanário de tijolos é o
mais alto de Roma e - dada a localização da Basílica no alto da colina - o
ponto mais alto da cidade.
14ª – Basílica de Peregrinação Jubilar
As cinco basílicas papais mais a Basílica de Santa
Cruz em Jerusalém (que é propriedade de Roma) e San Sebastiano fuori le mura
são as tradicionais igrejas de peregrinação em Roma, que são visitadas por
peregrinos durante uma peregrinação a Roma, um itinerário de mais de 20
quilômetros criado por São Filipe Néri em 25 de fevereiro de 1552,
especialmente pelos que buscam uma indulgência plena durante um jubileu.
15ª – Santa Maria Maior
É maior, não só por fazer parte das basílicas papais,
nem por o maior templo mariano de Roma, mas sim por ser a mais antiga basílica
do ocidente dedicada a Santa Maria.
Em todo o caso, qualquer basílica dedicada a Maria mãe de Jesus é sempre maior porque Maria é a grande, a maior, a excelsa casa ou mãe de Deus.
À margem 1
Lenda da Senhora das Neves
Há muito tempo, vivia nas fraldas da Serra D’Arga, no
local onde hoje está a capela da Senhora da Serra, um pobre monge, metido na
toca de um sobreiro velho, fazendo penitência e rezando pelos pecados do mundo.
Toda a sua atenção ia para Deus, prometendo grandes privações ao corpo, na
comida e na bebida. Vivia o santo do frade sozinho, tendo como única companhia
uma pequena imagem de Nossa Senhora, que carregara consigo do convento de onde
viera.
Todos os dias o frade confidenciava com a Virgem os
seus pensamentos e as suas orações. Havia-a colocado num altar improvisado
dentro da cavidade onde morava, para melhor a homenagear e louvar, confiando na
sua intercessão para conseguir a purificação total para si, e a salvação para
os homens.
Ora aconteceu que um dia, no maior pico do verão, no
mês de agosto, o frade sentiu uma sede terrível que lhe afogueava a garganta.
Bem queria o pobre do frade aguentar a sede, dando assim testemunho da
capacidade de sofrimento e de penitência com que queria presentear
continuamente a Virgem e seu bendito filho. Mas era de tal forma quente o dia,
que resolveu suspender a dura penitência, para ir ali perto, junto de uma fonte
bem fresca, apagar a secura que lhe afligia a garganta.
Quando regressou ao seu poiso, notou, com extrema
surpresa, que a Virgem já lá não estava!
Entristecido e aflito, pensou logo que a Virgem o
tinha abandonado, por não ter resistido à sede.
Ajoelhou-se com o rosto por terra, e suplicou à
Senhora:
- Ó Virgem, Santa Mãe de Deus! Perdoai a minha falta
de sacrifício! Por amor do vosso Santo Filho, meu Salvador, não me abandones!
Nisto, ouviu um grande estrondo! Temeroso do poder de
Deus, tapou o rosto com as mãos, até que o silêncio voltou. Levantou lentamente
a cabeça e olhou então para o alto. O sobreiro estava desfeito e envolto em
brancura! Era a imagem da Virgem rodeada de neve, fitando-o com extrema doçura!
E se aquele era um dia esbraseado de Agosto, logo se transformou em dia fresco
e acolhedor, que nem a mais suave Primavera.
Vendo tão grande milagre, pegou o frade na imagem da
Senhora, e aí lhe construiu um lindo nicho de pedra para a colocar. A partir
daquele dia começou a chamar-lhe Nossa Senhora das Neves!
À margem 2
Lenda da neve de Nossa Senhora
A lenda remonta às Invasões Francesas quando o
imperador francês Napoleão Bonaparte tentou, por três vezes, conquistar
Portugal, com o objetivo de isolar Inglaterra na guerra que as duas potências
travavam na Europa. Mas das três vezes as suas tropas foram rechaçadas por um
misto de militares portugueses e ingleses e de populares.
A terceira invasão, comandada pelo marechal Massena em
1810, foi a mais poderosa. Um imenso exército francês de 16.000 homens entrou
em Portugal vindo de Ciudad Rodrigo, ali bem perto de Almeida.
O cerco de Almeida começou a 24 de julho. Durante mais
de um mês, as forças anglo-portuguesas resistiram sem grandes dificuldades, uma
vez que estavam bem apetrechados de mantimentos. Até que, a 26 de agosto, os
franceses decidiram arrasar os adversários com um incessante bombardeamento de
artilharia, que começou ainda o sol não tinha nascido. Durante todo o dia
caíram em Almeida mais de 6.000 granadas, que abriram importantes brechas na
muralha. Mas o pior estava para vir. Uma granada, já a tarde estava a acabar,
atingiu um barril de pólvora, que explodiu e desencadeou a explosão de todo o
paiol, cheio de pólvora, numa catástrofe tremenda. Grande parte da localidade
foi arrasada, 500 homens perderam a vida e Almeida rendeu-se aos franceses, que
seguiram Portugal adentro até terem que medir forças com Wellington na Batalha
do Buçaco.
O castelo e a igreja matriz foram alguns dos edifícios
destruídos, para desespero da população de Almeida. Nas semanas que se seguiram
o fogo continuou a consumir os edifícios.
Reza a lenda que, de repente, e sem que o calor do
outono o deixasse adivinhar, começou a cair neve, que abafou a fogueira da
Igreja matriz. E é então, que, como se de um milagre se tratasse, os
almeidenses veem sobressair por entre as cinzas e destroços a imagem de Nossa
Senhora, única sobrevivente da arrasada igreja.
Ainda hoje, na igreja matriz, está no altar essa
imagem de Nossa Senhora das Neves, testemunha dos bombardeamentos franceses,
das mortes dos portugueses e ingleses, da destruição da sua igreja original e
da neve que apagou o fogo…
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